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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Porque a Cruz é o sinal do cristão?



Algumas pessoas não católicas  dizem que a cruz  é um símbolo pagão ou que é um símbolo de morte e que não deve ser usada e em alguns paises foi proibida nos lugares públicos, aqui no Brasil pode ser também. Mas esta afirmação não está de acordo com o que a Igreja Católica sempre viveu e ensinou desde os seus primórdios e também não concorda com os textos bíblicos, que louvam e exaltam a Cruz de Cristo, ou pior, dizem sem conhecimento que nós idolatramos a santa cruz. Celebrar aExaltação da Santa Cruz é celebrar a Páscoa, a vida e a salvação que Jesus Cristo conquistou por este instrumento de suplicio da época, que hoje para nós cristãos é símbolo de vitória e salvação.  Senão vejamos:
Mt 10, 38 – Jesus disse: “Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim”.
Mt 16, 24 – “Em seguida, Jesus disse a seus discípulos: Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me”.
Lc 14, 27 “E quem não carrega a sua cruz e me segue, não pode ser meu discípulo”.
Gl 2, 19 – “Na realidade, pela fé eu morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou pregado à cruz de Cristo”.
Gl 6, 12.14 – “Quanto a mim, não pretendo, jamais, gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo”.
1Cor 1,18: “A linguagem da Cruz… para aqueles que se salvam, para nós, é poder  de Deus”.
1Cor 1, 17: “… anunciar o  Evangelho, sem recorrer à sabedoria da linguagem, a fim de que não se torne inútil a Cruz de Cristo”.
Quando o imperador Constantino o Grande, enfrentou seu rival Maxêncio sobre a ponte Milvia, próximo do ano 300, viu nos céus uma cruz luminosa acompanhada dos dizeres: “In hoc signo vinces!” (Por este sinal vencerás). Constantino, então, colocou a sua pessoa e o seu exército sob a proteção do sinal da cruz e venceu Maxêncio, tornando-se imperador supremo de Roma, proibindo em seguida a perseguição aos cristãos pelo Edito de Milão, em 313.
O símbolo resultante da sobreposição das letras gregas e P, iniciais de Cristo em grego, lembrava Cristo e a Cruz e foi representado no estandarte de Constantino. No fim do século IV, tomou a forma que lembrava a Cruz.
Após a conversão de  Constantino († 337) a cruz deixou de ser usada para o suplício dos condenados e tornou-se  o símbolo da vitória de Cristo e o sinal dos cristãos, como mostram de muitas maneiras a arte, a Liturgia, a piedade particular e a literatura cristã. A cruz tornou-se, então, sinal da Paixão vitoriosa do Senhor. Conscientes deste seu valor, os cristãos ornamentavam a cruz com palmas e pedras preciosas.
Os Padres da Igreja como Tertuliano de Cartago e Hipólito de Roma, já nos séculos II e III, afirmavam que os cristãos se benziam com o sinal da Cruz. Os mártires tomavam a cruz antes de enfrentar a morte e os santos não se separavam da cruz. As Atas dos Mártires mostra isso.
No entanto, muito antes de Constantino, Tertuliano (†202) já escrevera: “Quando nos pomos a caminhar, quando saímos e entramos, quando nos vestimos, quando nos lavamos, quando iniciamos as refeições, quando nos vamos deitar, quando nos sentamos, nessas ocasiões e em todas  as nossas demais atividades persignamo-nos a testa o sinal da Cruz” (De corona militis 30). *
S. Hipólito de Roma († 235), descrevendo as práticas dos cristãos do século III, escreveu: “Marcai com respeito as vossas cabeças com o sinal da Cruz. Este sinal da Paixão opõe-se ao diabo e protege contra o diabo, se é feito com fé, não por ostentação, mas em virtude da convicção de que é um escudo protetor. É um sinal como outrora foi o Cordeiro verdadeiro; ao fazer o sinal da  Cruz na fronte e sobre os olhos, rechaçamos aquele que nos espreita para nos condenar” (Tradição dos Apóstolos 42). *
No Novo Testamento a Cruz é símbolo da virtude da penitência, domínio das paixões desregradas e do sofrer por amor de Cristo e da Igreja pelas salvação do mundo. Seria preciso apagar muitos versículos do Novo Testamento para dizer que a Cruz é um símbolo introduzido no século IV na vida dos cristãos. O sinal da Cruz é o sinal dos cristãos ou o sinal do Deus vivo, de que fala Ap 7, 2, fazendo eco a Ez 9,4: “Um anjo gritou em alta voz aos quatro Anjos que haviam sido encarregados de fazer mal à terra e ao mar: “Não danifiqueis a terra, o mar e as árvores, até que tenhamos marcado a fronte dos servos do nosso Deus”.
São Clemente de Alexandria, no século III, chamava a letra T (tau), símbolo da cruz, de “figura do sinal do Senhor” (Stromateis VI 11). *
Por tudo isso, a vivência e a iconografia dos cristãos, desde o século I, deram à cruz sagrada um lugar especial entre as expressões da fé cristã. Daí podemos ver que é totalmente errônea a teoria de que a Cruz é um símbolo pagão introduzido por influência do paganismo na Igreja e destinado a ser eliminado do uso dos cristãos. Rejeitar a Cruz de Cristo é o mesmo que rejeitar o símbolo da Redenção e da esperança dos cristãos.
OraçãoA cruz sagrada seja minha luz, não seja o dragão o meu guia retira-te satanás nunca me aconselhes coisas vãs, bebes tu mesmo o teu veneno. Amém.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Setembro: mês da Bíblia

Embora alguém tenha decretado o fim dos "meses temáticos", eles continuam tão enraizados na prática da comunidade católica que setembro sempre será o "Mês da Bíblia". Há quem à Bíblia dedica uma praça, lhe faz um monumento, a usa como um talismã protetor do lar... Nós lhe dedicamos, de uma forma mais direta, um mês: de estudo, de reflexão, de oração, de ação... Quanto já se estudou, se refletiu, se orou a Bíblia durante o mês de setembro!

A Bíblia, a Palavra de Deus escrita, sempre foi a alma da Igreja Católica. Por isso, desde o segundo século, a Igreja já então chamada "católica" para diferenciar-se dos grupos sectários gnósticos, assumiu a "lista" (cânon, livros canônicos) dos textos sagrados do Antigo Testamento (conforme a tradução do hebraico para o grego, chamada "dos Setenta", tradução em uso entre os cristãos daquele tempo); e sentiu a necessidade de criar a lista dos novos textos sagrados (o Novo Testamento), surgidos a partir do testemunho dos apóstolos sobre Jesus.

Estes textos, transmitidos de comunidade em comunidade, foram sendo reconhecidos por toda a Igreja como autênticos e sagrados, tanto que no fim do segundo século já havia unanimidade nas comunidades acerca dos textos que compunham o Novo Testamento. Por mil e trezentos anos nunca ninguém colocou em dúvida o cânon, isto é, a lista dos textos que compunham a Bíblia; somente Martinho Lutero achou por bem recusar os textos (que depois foram chamados "deuterocanônicos") que estavam na tradução chamada "dos Setenta", mas não no cânon hebraico, assumido por ele.

Ao longo de dois mil anos, com as variantes ligadas às diversas culturas e vicissitudes, a Igreja estudou a Bíblia com intensidade e amor, guiada pela inspiração do Espírito Santo; e a estuda ainda agora, ao ser ela, a Igreja, "rede lançada" nas águas profundas do novo milênio. A Igreja terá força de futuro, isto é, capacidade de fermentação do nosso tempo, na medida em que souber, sempre de novo e com intensidade, voltar à sua fonte originária de inspiração: a Sagrada Escritura.

Um dos pontos que caracterizam a escuta "católica" da palavra de Deus é a consciência de que a Bíblia é um "todo" de revelação; a Igreja tem consciência que fixar-se, unilateralmente, neste ou naquele trecho, separando-o do todo, antes de ser iluminação é surdez e cegueira, causas de tantos equívocos e interpretações pretextuosas, de ontem e de hoje, ainda que televisionadas e proferidas por autodenominados bispos, apóstolos e missionários!

Ao vivermos os primeiros anos do novo milênio, ao enfrentarmos as águas deste mar, ao assumirmos o desafio de irmos em profundidade no nosso sermos pessoa, comunidade eclesial e sociedade, queremos fazê-lo a partir do dom inestimável da Palavra de Deus, viva entre nós.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

14º aniversario de morte de Madre Teresa



Agnes Gouxha Bojaxhiu, madre Teresa de Calcutá, nasceu, no dia 27 de agosto de 1910, em Skopje, Iugoslávia, de pais albaneses. Seus pais, Nicolau e Rosa, tiveram três filhos. Na época escolar, Agnes tornou-se membro de uma associação católica para crianças, a Congregação Mariana, onde cresceu em ambiente cristão. Aos doze anos, já estava convencida de sua vocação religiosa, atraída pela obra dos missionários.

Agnes pediu para ingressar na Congregação das Irmãs de Loreto, que trabalhavam como missionárias em sua região. Logo foi encaminhada para a Abadia de Loreto, na Irlanda, onde aprenderia o inglês e depois seria enviada à Índia, a fim de iniciar seu noviciado. Feitos os votos, adotou o nome Teresa, em homenagem à carmelita francesa, Teresa de Lisieux, padroeira dos missionários. 



No dia 5 de setembro de 1997, madre Teresa veio a falecer, na Índia. A comoção foi mundial. Uma fila de quilômetros formou-se durante dias a fio, diante da igreja de São Tomé, em Calcutá, onde o seu corpo estava sendo velado. Ao fim de uma semana, o corpo da madre foi trasladado ao estádio Netaji, onde o cardeal Ângelo Sodano, secretário de Estado do Vaticano, celebrou a missa de corpo presente.

Em 2003, o papa João Paulo II, seu amigo pessoal, ao comemorar o jubileu de prata do seu pontificado, beatificou madre Teresa de Calcutá, reconhecida mundialmente como a "Mãe dos Pobres".Na emocionante solenidade, o sumo pontífice disse: "Segue viva em minha memória sua diminuta figura, dobrada por uma existência transcorrida a serviço dos mais pobres entre os mais pobres, porém sempre carregada de uma inesgotável energia interior: a energia do amor de Cristo". 

sábado, 3 de setembro de 2011

Bíblia: alma da Igreja



Há quem à Bíblia dedica uma praça, faz-lhe um monumento, usa-a como um talismã protetor do lar... Nós lhe dedicamos, de forma mais direta, um mês. Um mês de estudo, reflexão, oração, ação. Quanto já se orou, se refletiu, se estudou a Bíblia durante o mês de setembro!

A Bíblia, a Palavra de Deus escrita, sempre foi a alma da Igreja. Por isso desde o segundo século, a Igreja, já então chamada de católica para diferenciá-la dos grupos sectários, assumiu a “lista “ (cânon, livros canônicos) dos textos sagrados do Antigo Testamento, conforme a tradução do hebraico para o grego chamada “dos Setenta”, tradução em uso entre os cristãos daquele tempo. E sentiu a necessidade de criar a lista dos novos textos sagrados, o Novo Testamento, surgidos a partir do testemunho dos apóstolos sobre Jesus. Estes textos, transmitidos de comunidade em comunidade, foram sendo reconhecidos por toda a Igreja como autênticos e sagrados, tanto que no fim do segundo século já havia unanimidade nas comunidades acerca dos textos que compunham o Novo Testamento.

Por mil e trezentos anos, nunca ninguém colocou em dúvida o cânon, isto é, a lista dos textos que compunham a Bíblia. Somente Martinho Lutero achou por bem recusar os textos (que depois foram chamados “deuterocanônicos”) que estavam na tradução chamada “dos Setenta”, mas não no cânon hebraico, assumido por ele.

Ao longo de dois mil anos, com as variantes necessárias ligadas às diversas culturas e vicissitudes, a Igreja estudou a Bíblia com intensidade e amor, guiada pela inspiração do Espírito Santo. E a estuda ainda agora, ao ser ela, a Igreja, “rede lançada” nas águas profundas do novo milênio.

A Igreja terá força de futuro, isto é, capacidade de fermentação no novo milênio, na medida em que souber, sempre de novo e com intensidade, voltar à sua fonte originária de inspiração: a Sagrada Escritura.

Um dos pontos que caracterizam a escuta “católica” da Palavra de Deus é a consciência de que a Bíblia é um “todo” de revelação. A Igreja tem consciência de que fixar-se unilateralmente neste ou naquele trecho, separando-o do todo, antes de ser iluminação, é surdez e cegueira, causa de tantos equívocos e interpretações pretextuosas, de ontem e de hoje, ainda que televisionadas e proferidas por autodenominados bispos, apóstolos e missionários! A Bíblia foi escrita por homens “inspirados pelo Espírito Santo”, mas que utilizaram a linguagem e a cosmovisão de seu mundo e de sua época. Por isso não se pode lê-la com espírito fundamentalista.

Ao vivermos os primeiros anos do novo milênio, ao enfrentarmos as águas deste mar, ao assumirmos o desafio de irmos em profundidade no nosso ser pessoa, comunidade e sociedade, queremos fazê-lo a partir do dom inestimável da Palavra de Deus, viva entre nós.

É importante que busquemos na Palavra de Deus nosso sustento espiritual. Em todas as celebrações ela está presente, mas é necessário que esteja também no nosso dia-a-dia. Para que se faça presente de forma eficaz em nossa vida, são necessárias algumas atitudes importantes: fé, oração, humildade, ligação com a vida; ter o coração livre para amar, a boca para anunciar e denunciar, a cabeça para pensar e meditar, os joelhos dobrados em oração. Desta maneira estaremos em sintonia com o ensinamento do apóstolo Paulo que, na segunda carta a Timoóteo (2Tm 3, 16- 17), afirma que “toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, repreender, corrigir, educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito, qualificado para toda boa obra.“

Dia da Bíblia



No último domingo de setembro, já há anos, a Igreja do Brasil celebra o “Dia da Bíblia”. É ocasião propícia para lembrar aos cristãos a necessidade de conhecer a revelação de Deus contida na Bíblia, sobretudo a vinda do Messias, que é Jesus e assim firmar-nos na fé. A revelação nos mostra o amor de Deus que veio ao nosso encontro para nossa santificação e salvação.

Desde os tempos antigos, através dos profetas que Deus enviava ao povo judeu, foi sendo conhecida a vontade divina de nos preparar para a chegada de Jesus, o Messias.

Depois da morte e ressurreição de Jesus, os apóstolos saíram pelo mundo antigo anunciando o nome e a vida do Salvador, que veio para nossa redenção. As narrativas escritas sobre Jesus, o Messias Filho de Deus, são os Evangelhos canônicos, que só apareceram pelos anos 70, predominando até aí a tradição oral, que era a linha de transmissão da mensagem evangélica, isto é, a boa nova que é Jesus, como Cristo e Senhor, prometido e esperado e assim despertar a fé no Ressuscitado.

Todos sabemos que dos quatro Evangelhos, o mais antigo é o de Marcos, embora colocado em segundo lugar na ordem atual. Limito-me aqui a falar hoje deste primeiro Evangelho. O que parece ter sido a preocupação principal da comunidade presidida por Marcos era saber quem seria este Jesus. Daí, no centro desta narração, Jesus é proclamado por Pedro como o esperado Messias. Mas o próprio Jesus se preocupa em mostrar que o Messias tem um caminho de humilhação e perseguição para, só depois, ser glorificado. Ele mesmo, no momento do seu julgamento, se reconhece como Messias, mas na perspectiva da cruz e ressurreição.

Transparece também no Evangelho de Marcos a preocupação de Jesus em ensinar os discípulos para que eles pudessem ter abertura para os de fora, anunciando a boa nova a todas as nações.

Antiga tradição, de que nos dá testemunho Papias, lá pelos anos 150, sugere que Marcos compilou no seu Evangelho as pregações de Pedro em Roma pelos anos 70. O próprio Pedro, na sua 1ª carta (5,13), saudando de Roma aqueles a quem escrevia, transmite as saudações de Marcos, que estava com ele, chamando-o de “meu filho”.

No “Dia da Bíblia” necessário se faz despertar nosso interesse pela mensagem divina expressa na Escritura Sacra, estudando-a por partes, como aqui nesta rápida mensagem.